sexta-feira, 18 de junho de 2010

Na busca de um sítio!


A preparação de um retiro é algo que demanda tempo, disposição, paciência e muito bom humor. Como fazer um retiro muito bom com pouco dinheiro? Como proporcionar aos participantes um mínimo de conforto gastando-se pouco? Esses são alguns dos desafios da organização de retiros.
Entrei para essa vida de retirante cerca de dez anos atrás e desde então não quero outra vida! Retiro é uma coisa muito boa e os da Betel são especialmente bons. Muitas coisas acontecem no retiro, o que não faltam são “ascucedências”, afinal de contas são quase cinco dias de uma convivência com pessoas bem diferentes que você, com costumes e manias as vezes um tanto quanto engraçadas. Para se ter uma idéia das coisas que por lá acontecem, uma vez fomos para um sítio em Itaipuaçu (o sítio da Bruxa malvada). Foi com a gente um rapaz chamado Alexson (alô, testando, Som, Alexson, um, dois), pois é, até hoje não sabemos de onde o Alexson apareceu, mas o que interessa é que ele foi conosco para o retiro: um rapaz bom, um pouco tímido (talvez por não conhecer ninguém), mas que tinha tudo para entrar de vez para a família Betel, afinal de contas, quem não gosta dos retiros da Betel? Pois bem, eu disse “tinha tudo para ficar” porque não contava com um imprevisto. Quando chegamos ao sítio, todos já haviam desembarcado suas malas, seus colchonetes, a aparelhagem de som também já havia sido montada, as compras já estavam na cozinha e tudo parecia correr normalmente. Foi quando eu vi o Alexson meio de cabeça baixa olhando para sua bolsa de viagem, com cara de “to ferrado” e quase chorando. Eu perguntei se estava tudo bem e ele me disse que a irmã dele (até hoje eu acho que ela fez isso de propósito!) tinha fechado sua bolsa com um cadeado e não deu a chave para ele. Ele estava desorientado, afinal de contas todas as suas roupas e pertences estavam ali. Eu não era o Macgyver, mas tentei com um "clips" abrir o cadeado, e enquanto eu tentava eu escuto a voz do Bruno Morais(se você não o conhece, leia o post anterior) perguntando: O que está acontecendo? Antes mesmo que o Alexson terminasse de explicar, o Bruno (com sua delicadeza peculiar) tomou a bolsa em suas mãos e em um movimento só arrancou o cadeado, o zíper, e mais o que estava na frente dele e disse: Pronto! E foi saindo. Eu fiquei sem graça e falei, Bruno! Voce rasgou a bolsa dele? E o nosso querido Morais me respondeu: Voce queria que ele ficasse pelado o retiro inteiro sem tomar banho?(muitos risos)
Esse é o nosso retiro! Mas voltando à organização do retiro, a primeira etapa desta grande jornada é a busca pelo lugar perfeito. E a estratégia é a seguinte: Compramos um jornal, selecionamos um ou dois sítios na mesma região e vamos batendo em todos os sítios vizinhos a esse. Isso torna a busca surpreendente a cada porta que batemos. Já encontramos de tudo! Desde lugares que, digamos, tinham uma reputação não muito boa, a lugares que pareciam ter sido cativeiro em algum seqüestro! Era muito difícil encontrar um lugar bom. Certa vez vimos um anúncio no jornal que dizia algo parecido com: Santo Aleixo, próximo a Magé. Excelente sítio. Piscinão, campo de futebol, casa grande e bom espaço verde! Fizemos o famoso círculo com caneta vermelha no jornal e agendamos a visita. Fomos, como era de costume, na Kombi da Igreja (essa Kombi tem um monte de histórias com ela). Primeiro demoramos horas para achar o bendito sítio. Era muito longe de Magé, mas estávamos animados pensando como era o sítio. Relíamos o anúncio (Excelente sítio. Piscinão, campo de futebol, casa grande) Isso nos dava força para continuar. Depois de centenas de pedidos de informação e pistas erradas, avistamos um senhor, que de longe parecia o Leôncio (personagem do pica-pau) sentado na beira da estrada e com cara de sono. Ele vestia uma bermuda surrada, bem suja, estava sem camisa. Mastigava um fiapo de capim, que mais parecia um fio de seu bigode que crescera de mais. Perguntamos ao bom senhor onde ficava o tal sítio e na mesma hora ele respondeu: Vocês já chegaram. Era o dono do sítio. O senhor fedia de mais, ou ele tinha acabado de tratar dos animais do sítio, ou havia dormido junto com eles. Mas enfim, não vamos tirar conclusões precipitadas (pensamos antes de entrar no sítio), afinal no anúncio dizia: Excelente sítio. Piscinão, campo de futebol, casa grande... Quando entramos não vimos a piscina e perguntamos: Cadê o PSCINÃO? Ele respondeu: Olha lá! Não estão vendo? Chegamos mais perto e para nossa decepção era uma banheira. Isso mesmo! Deviam caber no máximo três pessoas apertando bem! A decepção foi geral, mas vamos continuar olhando. Não adiantou muito. A casa era muito velha, cheia de buracos no teto. As paredes não viam tinta desde que Cabral deu a primeira demão naquela casa. Já havíamos desistido do sítio, mas não deixamos de perguntar onde era o campo de futebol, pois o sítio era apenas um lote pequeno. O Dono do pulgueiro respondeu: Só precisa dar uma capinada, mas é ali. Olhamos e era um matagal daqueles que você não enxerga o chão. E um de nós, que não me lembro quem foi o santo que disse isso, afirmou: Pensei que essa era a área verde!

5 comentários:

  1. Me sinto lisonjeado por ter me tornado em um conceito. Obrigado Betel! Rs!!!

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  2. O pior é fazer retiro em sítios piores do que o narrado nessa ascucedência...

    HAJA ORAÇÃO... HAJA ORAÇÃO... HAJA ORAÇÃO...

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  3. Significado do termo: Moraisar
    http://desciclopedia.org/wiki/Privado:Moraisar

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  4. E a casa fedia a curral ou algo do tipo... acho q piscina devia ser a banheira de hidromassagem do Leoncio... heheh

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