terça-feira, 29 de junho de 2010

Salame!


Hoje a “ascucedência” será em homenagem a um grande amigo meu que completa amanhã (30/06) mais um ano de vida. Na verdade são algumas “ascucedências” que não aconteceram todas no mesmo dia, mas assim fica mais engraçado!
O Rodrigo, assim como o Morais, é um amigão. Está sempre preocupado com todos, está sempre pensando “na união do grupo”. Me sinto muito a vontade de escrever sobre o Rodrigo, pois já vivemos muitos momentos juntos. Alguns muito ruins, outros de extrema felicidade e outros que só acontecem em filmes de Mr. Bean ou dos Simpsons.

Essa figuraça é Publicitário, formado pela Uff, pós - graduado na área, mas de uns tempos pra cá se descobriu (calma! Esperem eu molhar o bico). Se descobriu como fotógrafo. (Aproveito para faturar um extra com o blog - quem quiser contratar o Rodrigo, vale a pena porque o cara é fera!) O Rodrigo é vascaíno, daqueles que de tão fanáticos ainda não sabe a escalação completa do time. É filho do Sr. Cláudio e D. Neise, sobrinho de Norma, Marlene e Noêmia (isso explica muita coisa!) O Rodrigo é fã de Praia. Todas as coisas que ele sonha ou sonhou na vida, sempre arruma um jeito de colocar a praia no meio. Na época em que tínhamos tempo, éramos figuras certas em Itacoatiara todos os sábados. Costumava dizer que a vida do Rodrigo era regida pela Lei de Murphy (se alguma coisa tem uma pequena chance de dar errado, ela vai dar! Todos conhecem, né?). Pois então, de uns tempos pra cá essa história de Rodrigo mudou um pouco (acho que a Gislaine, sua esposa, trouxe um pouco de sorte para ele) O Rodrigo era tão azarado, que já andava pela rua com um pedaço de papel e um palito de picolé no bolso, pois já sabia que ia pisar num coco pelo caminho. Quando estourou um ventilador lá na Igreja, adivinha em quem a hélice bateu? Exatamente, bem na testa do Rodrigo. Sem contar os problemas com alimentos. Ele sempre comia o estragado. Num desses sábados na praia, fomos comer o famoso sanduiche do bigode. Eu pedi o de “frangovosebatata” com catupiry, o Rodrigo pediu o mesmo, mas já era tarde. Só sobrou o com maionese. Já sabendo de seus antecedentes estomacais, ele disse: Não vou comer de maionese, se não vou passar mal na certa! Fui solidário ao amigo e cedi o meu sanduba para ele e eu comi o de maionese. Resultado: O Rodrigo ficou até internado com intoxicação alimentar. Antes tivesse comido o de maionese!
Noutra ocasião, estávamos em Iguaba. Retiro da Mocidade, cidade perfeita para não fazer nada, que segundo o profeta Felipe Santos só tem “velho, criança e mulher grávida”. Sabe como funciona. Quando não tem nada para fazer a gente inventa. O Rodrigo contou que quando ele era criança, sempre ia nadando até uma ilha que tem no meio da lagoa, a qual apelidou de “Ilha da Macumba”, pois as pessoas sempre acendiam velas lá, pois havia uma pequena capela. Pois bem, algum infeliz, ao ouvir a história do Rodrigo, sugeriu que fôssemos lá, para matar a saudade, conhecer, enfim pelo menos fazer um exercício! Estavam as meninas presentes, que foram prestigiar nossa aventura, nós estávamos fazendo alongamento, aquecimento e tudo mais que se faz antes de um evento esportivo / aventureiro deste porte. Começamos a entrar na lagoa (quem já foi numa lagoa sabe como é o fundo da lagoa, parece que estamos pisando em bosta). O pior é que no fundo havia umas pedras pontudas, que cortavam o pé todo! Após não conseguir pisar mais no chão, o Dedé , muito empolgado grita, vamos nadando e ver que vai chegar primeiro e já partiu dando braçada. Vale ressaltar que ninguém ganha de Dedé na natação, nem mesmo o Cesar Cielo, O Dedé só não é campeão Olímpico, porque ele se aproveita de atributos proibidos pela federação aquática.
A Idéia de apostar corrida foi realmente infeliz. Quanto mais braçadas dávamos, mais distante parecia a ilha. Quando olho para trás vejo o Rodrigo, com a água pela cintura, com o tronco encurvado e tossindo muito, já havíamos nadado uns 500 metros e as meninas já estavam pequenas na areia. Voltei para saber o que tinha acontecido e reparei que ele estava vomitando. Depois de uma braçada errada, ele engoliu um pouco daquela água podre da lagoa e estava colocando tudo pra fora. (o grande detalhe é que as meninas, lá da praia, acharam que o Rodrigo estava vendo peixinho) Bom chegamos na ilha, e vamos fazer o que? Voltar.
Resultado, todo mundo com o pé cortado, exausto e com dores pelo corpo. Apenas o Dedé estava completamente inteiro, mas que fique bem claro que usou sua quilha durante a navegação. (Aliás a história de Dedé merecerá uma ascucedência ENORME, sem nenhum trocadilho)
Em outra oportunidade, numa dessas viagens a Cabo Frio citadas pelo Morais no post anterior, o Rodrigo e eu nos aventuramos para mais um final de semana naquela deliciosa cidade. Como era de costume fomos viajar no “baixa-renda”, saindo do terminal Rodoviário de Niterói, fazendo escala em Araruama, e finalmente chegando em Cabo Frio.
Bom, fomos para o terminal, com nossa bagagem(que era composta de uma mochila cada um e um violão). Naquela época o Rodrigo esta solteiro e eu acho que já namorava a Luana. Entramos na fila, e estavam duas meninas olhando pra gente e rindo. Só para deixar claro, eram duas verdadeira barangas. Se juntassem as duas não dava para encarar nem bêbado!
Ignoramos as duas e entramos no ônibus. Para nossa infelicidade, as beldades sentaram bem nos dois bancos à nossa frente, ajoelharam-se nos bancos, de frente pra gente e começaram a puxar assunto: Vocês tocam violão? Imediatamente respondemos que não, é claro! E fizeram um milhão de perguntas cujas respostas sempre foram com um curto NÃO! Viagem rolando, tudo parecia tranqüilo. Eu esta sentado na janela, observando a paisagem, quando escuto um psssiiiiuuu! Olhei para frente e vi a menina (uma lindeza!) virada para trás, abaixada no corredor do ônibus, sussurrando, mas com a voz bem grossa e iniciando um pequeno diálogo:

TRIBUFÚ – VEM CÁ, QUERO FALAR COM VOCÊ!
Rodrigo – FALA DAÍ, MEU IRMÃO! respondeu bem “delicadamente”:
TRIBUFÚ – VEM CÁ! É RAPIDINHO... É SEGREDO!
Rodrigo – Que segredo? Não tenho segredo não! Pode falar daí, amigo!
TRIBUFÚ – É que minha amiga quer ficar com você!
Rodrigo – Não posso eu tenho namorada – querendo se livrar logo daquela situação!

Como sou muito amigo, me meti no meio da conversa para ajudar a resolver a parada dizendo: PODE FICAR TRANQUILO, RODRIGO. EU NÃO VOU CONTAR NADA PARA SUA NAMORADA!
Resumindo, as meninas saíram falando pelo ônibus que nós dois éramos baitolas!

Afinal de contas, eu prefiro ser um filho boiola, que ser um filho que pega o cão chupando manga, e manga azeda!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Na busca de um sítio!


A preparação de um retiro é algo que demanda tempo, disposição, paciência e muito bom humor. Como fazer um retiro muito bom com pouco dinheiro? Como proporcionar aos participantes um mínimo de conforto gastando-se pouco? Esses são alguns dos desafios da organização de retiros.
Entrei para essa vida de retirante cerca de dez anos atrás e desde então não quero outra vida! Retiro é uma coisa muito boa e os da Betel são especialmente bons. Muitas coisas acontecem no retiro, o que não faltam são “ascucedências”, afinal de contas são quase cinco dias de uma convivência com pessoas bem diferentes que você, com costumes e manias as vezes um tanto quanto engraçadas. Para se ter uma idéia das coisas que por lá acontecem, uma vez fomos para um sítio em Itaipuaçu (o sítio da Bruxa malvada). Foi com a gente um rapaz chamado Alexson (alô, testando, Som, Alexson, um, dois), pois é, até hoje não sabemos de onde o Alexson apareceu, mas o que interessa é que ele foi conosco para o retiro: um rapaz bom, um pouco tímido (talvez por não conhecer ninguém), mas que tinha tudo para entrar de vez para a família Betel, afinal de contas, quem não gosta dos retiros da Betel? Pois bem, eu disse “tinha tudo para ficar” porque não contava com um imprevisto. Quando chegamos ao sítio, todos já haviam desembarcado suas malas, seus colchonetes, a aparelhagem de som também já havia sido montada, as compras já estavam na cozinha e tudo parecia correr normalmente. Foi quando eu vi o Alexson meio de cabeça baixa olhando para sua bolsa de viagem, com cara de “to ferrado” e quase chorando. Eu perguntei se estava tudo bem e ele me disse que a irmã dele (até hoje eu acho que ela fez isso de propósito!) tinha fechado sua bolsa com um cadeado e não deu a chave para ele. Ele estava desorientado, afinal de contas todas as suas roupas e pertences estavam ali. Eu não era o Macgyver, mas tentei com um "clips" abrir o cadeado, e enquanto eu tentava eu escuto a voz do Bruno Morais(se você não o conhece, leia o post anterior) perguntando: O que está acontecendo? Antes mesmo que o Alexson terminasse de explicar, o Bruno (com sua delicadeza peculiar) tomou a bolsa em suas mãos e em um movimento só arrancou o cadeado, o zíper, e mais o que estava na frente dele e disse: Pronto! E foi saindo. Eu fiquei sem graça e falei, Bruno! Voce rasgou a bolsa dele? E o nosso querido Morais me respondeu: Voce queria que ele ficasse pelado o retiro inteiro sem tomar banho?(muitos risos)
Esse é o nosso retiro! Mas voltando à organização do retiro, a primeira etapa desta grande jornada é a busca pelo lugar perfeito. E a estratégia é a seguinte: Compramos um jornal, selecionamos um ou dois sítios na mesma região e vamos batendo em todos os sítios vizinhos a esse. Isso torna a busca surpreendente a cada porta que batemos. Já encontramos de tudo! Desde lugares que, digamos, tinham uma reputação não muito boa, a lugares que pareciam ter sido cativeiro em algum seqüestro! Era muito difícil encontrar um lugar bom. Certa vez vimos um anúncio no jornal que dizia algo parecido com: Santo Aleixo, próximo a Magé. Excelente sítio. Piscinão, campo de futebol, casa grande e bom espaço verde! Fizemos o famoso círculo com caneta vermelha no jornal e agendamos a visita. Fomos, como era de costume, na Kombi da Igreja (essa Kombi tem um monte de histórias com ela). Primeiro demoramos horas para achar o bendito sítio. Era muito longe de Magé, mas estávamos animados pensando como era o sítio. Relíamos o anúncio (Excelente sítio. Piscinão, campo de futebol, casa grande) Isso nos dava força para continuar. Depois de centenas de pedidos de informação e pistas erradas, avistamos um senhor, que de longe parecia o Leôncio (personagem do pica-pau) sentado na beira da estrada e com cara de sono. Ele vestia uma bermuda surrada, bem suja, estava sem camisa. Mastigava um fiapo de capim, que mais parecia um fio de seu bigode que crescera de mais. Perguntamos ao bom senhor onde ficava o tal sítio e na mesma hora ele respondeu: Vocês já chegaram. Era o dono do sítio. O senhor fedia de mais, ou ele tinha acabado de tratar dos animais do sítio, ou havia dormido junto com eles. Mas enfim, não vamos tirar conclusões precipitadas (pensamos antes de entrar no sítio), afinal no anúncio dizia: Excelente sítio. Piscinão, campo de futebol, casa grande... Quando entramos não vimos a piscina e perguntamos: Cadê o PSCINÃO? Ele respondeu: Olha lá! Não estão vendo? Chegamos mais perto e para nossa decepção era uma banheira. Isso mesmo! Deviam caber no máximo três pessoas apertando bem! A decepção foi geral, mas vamos continuar olhando. Não adiantou muito. A casa era muito velha, cheia de buracos no teto. As paredes não viam tinta desde que Cabral deu a primeira demão naquela casa. Já havíamos desistido do sítio, mas não deixamos de perguntar onde era o campo de futebol, pois o sítio era apenas um lote pequeno. O Dono do pulgueiro respondeu: Só precisa dar uma capinada, mas é ali. Olhamos e era um matagal daqueles que você não enxerga o chão. E um de nós, que não me lembro quem foi o santo que disse isso, afirmou: Pensei que essa era a área verde!

Bruno Morais "flawless victory"!


Abaixo segue a narrativa do Bruno Morais, sobre uma de nossas viagens para Cabo Frio. Quando Conto que passávamos um final de semana inteiro em Cabo Frio com R$ 30,00, ninguém acredita! Tudo bem que passávamos por cada coisa inacreditável, mas pagávamos pouco e nos divertíamos muito.
Vamos à ascucedência do Bruno:

Então vamos lá. Minha contribuição será humilde, mas de grande valor na memória de nossos amigos da mocidade Betel. Num fim de semana de feriado prolongado (não me lembro qual exatamente), Eu, o Morais, Filipe, o Barros e Rodrigo, o Rodrigo mesmo, resolvemos passar uns dias em Cabo Frio. Bom, como Filipe já me definiu, tenho reações um tanto quanto exacerbadas quanto algumas atitudes que não me agradam muito, rs! Aquela época era um tempo em que apenas um de nós trabalhava e o ônibus "baixa renda" custava 2 reais para Araruama e servia como meio-caminho para irmos à Cabo Frio. Num dado momento, bem festivo e amistoso entre os amigos Rodrigo e Filipe, numa fila ENORME até chegarmos no ônibus para viajar, eis que surge um sujeito que não me recordo de onde saiu (brotou do chão talvez). Aquele indivíduo resolveu simplesmente furar toda a fila para entrar no ônibus!!!! "Isso é um absurdo", foi exatamente o que pensei. Sem esperar nenhum segundo para ele chegar antes de mim e tantos outros ao ônibus, eu fui direto a ele tomado talvez por um espírito de justiça e de defesa aos injustiçados e oprimidos pelos malandros de plantão e comecei a dar uma bronca sem precedentes, muito menos com palavras narráveis neste tão respeitoso blog.
Foi então que após um milhão de impropérios deflagrados àquela tão indefesa pessoa que apenas queria uma informação, entro no ônibus sem graça e com o Filipe e o Rodrigo mais sem graça ainda com MICO que eu acabara de pagar em frente a todos no terminal rodoviário de Niterói. Viajei bem sem graça até Araruama quando os dois amigos riam, mas riam muito de mim que queria me livrar do embaraçoso momento após a minha delicada abordagem ao senhor que queria apenas saber alguma informação.




By Bruno Morais


quarta-feira, 16 de junho de 2010

O Famigerado Bruno Morais!


Essa é uma figura que irá frequentar vários posts deste blog. O Bruno é um cara sensacional! Um amigo para todas as horas. Que topa tudo (quase tudo!). Apesar da aparência de malvado, tem um coração mole, chora com qualquer coisa e como não podia ser diferente, sempre tem uma história engraçada sobre ele.

O Bruno é professor de história, é formado também como técnico em edificações pelo CEFET, é filho de D. Eliane(não precisava dizer mais nada), tem um tipo físico digamos avantajado, sempre gostou de malhar, jogar basquete(não, ele não é gigante! tem só um e setenta e poucos de altura). Mas tem uma força fora do comum. No futebol é conhecido como "el toro", ou "trator " ou ainda como "rolo compressor". Para se ter uma idéia sobre como é o Morais(o chamamos assim para não confundir como o Santos, que é um outro personagem que falaremos mais a frente!), ele já virou até um verbo! Sabe quando no futebol, alguém chuta uma bola que ela ultrapassa os limites da "estratosfera"? Então, na Betel dizemos que o cara "MORAISÔ"! Ou seja praticou o verbo "Moraisar", que nada mais é que extrapolar os limites da normalidade, exceder, enfim "moraisar"!

Esse verbo é muito praticado por todos na Betel, e sempre que alguém comete uma gafe exagerada todos repetem: "MORAISÔ bonito"!

Umas das melhores histórias do Bruno na minha opinião, aconteceu, já se passam alguns anos, no sítio da Primeira Igreja Presbiteriana de Niterói, no famoso Encontro da Família que acontece todo mês de maio. Esse encontro geralmente é um sábado inteiro no sítio, onde acontecem várias atividade para pessoas de várias idades: tem piscina, muita comida, voley, brincadeiras e o tradicional Campeonato de Futebol entre as Igrejas. Nós participávamos deste campeonato todos os anos e éramos sempre premiados: Time Simpatia, Defesa mais vazada, troféu abacaxi e ataque menos produtivo foram alguns dos títulos que conquistamos lá!

Depois de mais uma derrota de nosso time, estávamos sentados à beira do campo, Eu, o Bruno Morais e o Pb. Wellington, tentando descobrir alguma tática que desse jeito para nossa seleção. E o Bruno exaltado, usando suas habituais gírias (, putz, bicho, caraca, sinistro, já é, entre outras) tentava argumentar sobro o nosso time. Enquanto ele terminava de falar, aproximáva-se dele uma velhinha (uma senhora humilde - essa já é outra história) com um olhar de contrariedade, cutucou o Bruno pelo ombro e perguntou: Você é CRENTE? O Bruno esperava qualquer coisa, menos esta pergunta, afinal de contas estávamos no encontro da família Presbiteriana. De qualquer forma o Bruno bem devagar balançou a cabeça e bem baixinho e quase que com uma pergunta respondeu: Sim!? A velhinha encheu o pulmão e disse: Pois não parece, meu filho! Esse seu jeito não condiz com o de um crente!

Depois de um instante de silêncio (que para mim pareceram horas, pois já imaginei o Bruno dando um mata-leão na coroa, depois dando aquelas cambalhotas de luta livre, jogando a velhinha de costas no chão e ele já em cima da velha esmurrando-a) foi quando o silêncio foi interrompido pela risada do Pb Wellington, que por sinal é uma senhora risada.

Felizmente a velhinha se salvou da surra e o Bruno, um pouco sem graça acabou rindo da situação. E até hoje (e acredito que até meus filhos falarão isso) quando alguém faz uma piada um pouco mais pesada nós perguntamos e respondemos:


VOCÊ É CRENTE? POIS NÃO PARECE!